O que Chacrinha, Carmen Miranda e Luiz Gonzaga têm em comum? Com suas
ornamentações e um certo exagero no momento de comunicar, todos esses
personagens que fizeram parte da cultura popular brasileira são barrocos. É o
que afirma o professor do Departamento de Letras da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), Francisco Ivan da Silva.
O barroco teve seu berço na Itália, durante o século XVII, e logo se
espalhou por outros países da Europa. No Brasil, foi diretamente influenciado
por artistas portugueses, adquirindo características próprias.
Para Francisco Ivan, o barroco pode ser considerado um precursor do
modernismo surgido no século XX. Ele acredita que a proposta moderna recicla
ideologicamente o estilo como um fator de identidade cultural. "Nessa
época, os modernistas são os primeiros a descobrirem Ouro Preto e retomar essa
arte como identificação da sociedade", coloca.
"Os artistas atuais se apropriam do barroco e criam em cima dele
uma nova produção sem deixar morrer toda a herança desse estilo. Isso é
reciclagem", diz. Apaixonado por essa arte, Francisco Ivan ressalta que a
vê em tudo. "Ela está na minha vida. Se estou triste e depois feliz, se
sorrio ou choro", declara.
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